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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A3 Sport: caro, mas recompensador


Uma marca é considerada "premium" não à toa. Não há decepções entre sair de um modelo topo de linha e sentar naquele que é a porta de entrada. Ou seja, o dono de um Audi A6 (ou até mesmo de um A8) poderia muito bem pegar o A3 Sport do filho e dificilmente reclamaria de falta de espaço, conforto ou potência. E se for esse mesmo o caso, definitivamente, ele não reclamaria.

O A3 Sport é vendido no Brasil por R$ 110.000, quantia consideravelmente menor que os R$ 121.000 pedidos pelo Sportback. Basicamente, perde-se duas portas, o teto solar panorâmico e o ajuste elétrico dos bancos. O desenho da traseira muda e só há uma configuração, com direito a poucos opcionais – entre eles, o som de alta qualidade Bose, por R$ 3.374. Ainda assim, o hatch vem bem equipado, com teto solar elétrico, ar-condicionado dual zone, airbag duplo e laterais dianteiros, direção eletrohidráulica, entre outros itens.

TFSI x S tronic

Mas a principal alegria que o A3 Sport poderia dar a qualquer motorista dotado do mínimo de sensibilidade não é opcional. O motor 2.0 TFSI de 200 cv e 28,5 kgfm de torque foi um dos pioneiros na atual tendência do downsizing, que diminui o tamanho dos propulsores em prol da economia. O meio ambiente agradece, e quem dirige também.

Como se o motor 2.0 TFSI não fosse bom o bastante, a Audi juntou a ele uma transmissão ainda mais espetacular, de dupla embreagem e seis marchas, batizada de S tronic. O resultado é uma união que beira a perfeição: trocas quase instantâneas, seja pra subir ou descer marcha. De quebra, ainda há o barulho da válvula de alívio do turbocompressor, tornando o trabalho de ambos uma encantadora sinfonia. Cansou de acelerar e quer andar devagar, curtindo o carro? Sem problemas: a dupla “Lennon e McCartney” é harmoniosa mesmo com os ânimos mais calmos: as trocas são igualmente precisas e suaves, deixando o motor “dormindo” em baixas rotações. Se a Audi não tivesse realizado nada na sua história e não fizesse mais nada daqui pra frente, já seria lembrada por câmbio e motor tão excitantes.

Para completar o prazer ao dirigir, a direção é leve nas manobras e tem respostas diretas; e a suspensão garante estabilidade sem comprometer o conforto.

Duas caras

Tão versátil quanto o motor TFSI – que equipa de VW Tiguan a Audi TTS, passando pelo VW Passat –, é o próprio carro. Apesar de na essência ser um esportivo (o conjunto mecânico e o visual atestam isso), o A3 pode ser um automóvel comum no dia a dia. De manhã você brinca de piloto, trocando as marchas no limite pelas borboletas atrás do volante; e à noite leva seus pais para jantar confortavelmente, sem judiar da coluna de ninguém. O A3 consegue ser esportivo sem ser visceral como um Honda Civic Si, ou ser confortável sem ser molenga como um sedã americano.

Concorrentes

Na mesma faixa de preço que o A3 Sport está o Volvo C30 T5, de 230 cv, que sai por R$ 111.390. Já o BMW Série 1 varia: por R$ 99.500, a versão 118i entrega um motor de humildes 136 cv, enquanto no 120i o mesmo propulsor 2.0 aspirado pula para 156 cv – o salto maior está no preço, que vai a R$ 130.000.

Ainda não foi com a versão Sport que a Audi conseguiu, como os rivais, ficar abaixo da barreira dos R$ 100.000 – tarefa que caberá ao A1, que chega em março. A marca de Ingolstadt segue uma filosofia contrária ao pensamento de BMW e Volvo, acreditando que consumidores de veículos premium não se interessam por versões espartanas. A quase inexistente procura pelo modelo 1.6 dá respaldo à teoria, mas contraria os bons números de venda do 118i, hoje um sucesso da BMW. Por ora, os donos do antigo A3 (que teve produção nacional) terão que fazer um investimento alto para se manter na marca com o mesmo nível de espaço e equipamentos. A recompensa, no entanto, será proporcional ao cheque.
Fonte: iGCarros

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